Lucas Krüger não é um estreante e comete, agora, uma nova ousadia. Se no primeiro livro (O Sonho da Vírgula, Artes & Ecos, 2015), ousou inventar – na imagem, na métrica, nos recursos da linguagem poética e até mesmo nas palavras – o poeta ainda se reinventa, não desiste de inaugurar nem de encontrar-se.
Lucas encarna o artista como um lutador da linguagem, o sujeito não submisso a vida e disposto permanentemente em reinventá-la a partir de sua única e própria pessoa, de sua própria palavra, nem que para isso precise, depois de comê-las antropofagicamente, dispensar as normas como num despedaçamento à La Picasso.
Assim vem fazendo desde O Sonho da Vírgula. Assim faz em Homenagem à Nuvem com a suficiente coragem de destruir para construir. E reconstruir como em toda vida quando há alguma arte.
Celso Gutfreind
"Me dou conta de onde eu me encontrava:/Estive sempre dentro da fábrica da palavra." Esse trecho encerra um dos poemas de Lucas Krüger. Aponta para o que é fundamental do fazer do poeta. Ou seja, que a poesia não é possível sem o trabalho, fabril, com a palavra. O poeta não espera sentado a poesia cair na sua cabeça, ou no teclado do seu computador, ele trabalha, constrói, bota a mão na massa da linguagem. E é remexendo no concreto de letras e sons que Lucas consegue homenagear algo evanescente e fugaz como uma nuvem.
Ricardo Silvestrin
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R$ 35,00Preço
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