"O livro que Priscila Frehse Pereira nos apresenta, derivado da sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, é dedicado aos manejos da transferência negativa exercitados ao longo da história da psicanálise, e vem justamente nos lembrar de que é preciso que os analisandos encontrem, no curso das suas análises, as condições para poder dizer não: não às violências sociais e políticas; não aos abusos na vida amorosa, afetiva e sexual; não às violações sofridas no seio da família e da comunidade mais próxima; não ao descuido recebido e à servidão ao outro; não à hipermedicalização dos humores; e, por último e não menos importante, não às arbitrariedades da própria situação analítica.
Priscila Frehse Pereira aborda as espinhosas dificuldades suscitadas pelo manejo da transferência negativa com a necessária delicadeza exigida por seu objeto de pesquisa; ao longo do seu argumento, a clínica é evocada sempre que possível, buscando evitar que as ideias sejam discutidas em um plano etéreo, dissociado do sofrimento psíquico e da prática cotidiana dos analistas."
Daniel Kupermann
SUMÁRIO: (livro tamanho 22,5 cm x 15,5 cm, com 224 páginas)
Prefácio. Elogio ao não – por Daniel Kupermann
Introdução
1. Cartografia das transferências negativas
2. O manejo das transferências negativas em Freud
2.1 Resistência e interpretação no manejo das transferências
2.1.1 Obstáculos na relação analista-paciente em psicoterapia da histeria
2.1.2 Transferência e interpretação no caso Dora
2.1.3 Da insistência interpretativa à associação livre
2.1.4 Transferências amorosas e princípio de abstinência
2.1.5 Transferências negativas como resistência
2.1.6 O manejo das transferências negativas no Homem dos Ratos
2.1.6.1 Dos desejos imunes à destruição à destruição na presença do analista
2.1.6.2 Além da interpretação: humor e tato diante do ódio compulsivo
2.2 Os limites na clínica freudiana
2.2.1 Elaboração e esboços de construção em análise
2.2.2 O narcisismo e os limites do analisável
2.2.3 O manejo em “casos difíceis” e situações-limite
2.2.3.1 Adesividade transferencial e técnica ativa: o caso do Homem dos Lobos
2.2.3.2 Hostilidade latente e os limites da transferência: o caso da jovem homossexual
2.2.3.3 Caso AB: implicação do analista e hesitação no diagnóstico
2.2.4 Quando a negativa não aparece no espaço analítico
2.3 O testamento de Freud: outras vias para o manejo da transferência negativa
2.3.1 Sadismo e masoquismo em Freud
2.3.2 A lenta demolição do superego hostil em análise
2.3.3 Transferência negativa como resistência à submissão
3.Da transferência negativa à destrutividade
3.1 Os territórios ferencziano e winnicottiano se entrecruzam: situações-limite
3.2 Ferenczi: suportar o ódio e o desprazer no manejo da transferência
3.2.1 Primeiros traçados em Ferenczi: oposição, submissão e desconfiança
3.2.2 A técnica ativa: transferência negativa e narcisismo do analista
3.2.3 Elasticidade na técnica analítica e a traumatogênese ferencziana
3.2.4 Identificação ao agressor: do ódio à submissão
3.2.4.1 Caso S.I.: O terrorismo do sofrimento
3.2.5 O masoquismo em Ferenczi: o problema afirmação do desprazer
3.2.6 Caso Severn: a precocidade do trauma e o amor impiedoso
3.2.7 Suportar o ódio, suportar o próprio ódio: os limites na clínica ferencziana
3.2.8 Do analista no lugar de superego à análise pelo jogo
3.3 Winnicott: os manejos da agressividade e da destrutividade na clínica
3.3.1 Formas clínicas da transferência: entre necessidade e desejo
3.3.2 Raízes da agressividade: do amor impiedoso à destrutividade
3.3.3 Sobre masoquismo em Winnicott: sentir-se real pela intrusão
3.3.4 O falso self como submissão e adaptação ao ambiente
3.3.5 O ódio na contratransferência e anterioridade do ódio materno
3.3.6 O manejo diante de um falso self: reencontrar a agressividade na clínica
3.3.7 Caso Margaret Little: construções em análise e suporte para o ódio
3.3.7.1 Ella Sharpe e Margaret Little: uma análise freudiana nada
freudiana
3.3.8 Caso B: brincar de luta, oposição e resistência na transferência
3.3.9 Do uso das falhas à destruição/sobrevivência do analista
4. Pontos de basta: os limites do analista, da teoria, da psicanálise
Posfácio. Para entrar aqui, é preciso convite – por Ligia Maria Durski
Referências bibliográficas
Priscila Frehse Pereira é psicanalista, doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Filosofia (UFPR), psicóloga (UFPR), membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi. Entusiasta e estudiosa da Psicanálise, a maior parte de seu tempo de trabalho é dedicada à clínica, seu ofício desde 2004.
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R$ 79,00Preço
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